E essa ao lado é a Björk. Dãããã! Como se ninguém soubesse. Ela é cantora, atriz e até dança. Acho incrível. Mas tem um lado humanista muito apreciado pelos alternativos, salvadores da natureza, pacifistas, indies e adjacências. E os indies evoluíram pra From UK - achei podre, então estão fora. O último CD dela veio recheado de músicas loucas com gritos e sons tribais mesclados a poucas coisas do industrial. A gente nunca espera algo comum vindo dela, e a minha música favorita do CD intitulado "Volta" é Earth Intruders. A-do-rei. E o filme dela, para quem ainda não assistiu, se chama Dançando No Escuro.
O longa é do ano de 2000. E, como era de se esperar, não foi mostrado no cinema brasileiro. É uma pena, pois eles colocaram aquele filme podre dos meninos com as pipas e deixaram de exibir este que, para mim, é muito mais do que cult. A história é sobre uma imigrante chamada Selma que, em 1964, sai do Leste Europeu com o filhinho pra morar nos EUA. E ela tem uma doença terrível que a faz correr o risco de ficar cega - e a disfunção é hereditária, o que infelizmente afeta o filho também. Daí ela apela para os musicais como meio de arranjar dinheiro pra cirurgia do garoto. Como é cantora e muito aparece na TV, Björk encarou uma responsabilidade muito grande que foi a de tentar se mostrar, integralmente, como a Selma no filme - e não como Björk. Do começo ao fim, nessa obra do cinema, eu simplesmente não lembrei da imagem dela como sendo a da Björk Gudmundsdóttir. Eu acreditei plenamente em seu papel. Ela passou uma mensagem tão linda para mim e eu achei muito legal compartilhar. Eu achei que o final foi um pouco cruel, mas realmente vale adquirir o filme ou pegá-lo pela internet - leva menos tempo e consome menos dinheiro. É uma história de superação e tragédia.
Não vou contar tudo, então vocês deverão assisti-lo. E vale ressaltar que, além do difícil encargo de encarnar a personagem, Björk ainda teve de cantar e dançar as músicas que o diretor queria e do jeito que ele queria. Então, como diretor, ele foi cruel tanto na história quanto na direção das gravações. O filme também pode parecer um pouco maçante, pois não tem tanta ação e é longo - por isso tem o nome de longa-metragem. A paciência faz-se necessária, mas a recompensa é muito satisfatória e valiosa. Com poucos recursos ela conseguiu fazer o mundo acreditar na personagem Selma. E eu realmente não vi nada tão verdadeiro, parecia até uma história real com pessoas vivendo daquela forma. Sim, eu chorei. E chorei MUITO!
Ah! O filme todo foi registrado em uma simples câmera digital. Incrível, não? O dinheiro pode fazer muita coisa, mas com uma câmera digital ele levou o filme para Cannes, ainda agregando ao título um Globo de Ouro. Depois disso tudo eu consegui convencer vocês?! Espero que sim. Gente, vale a pena assistir. As cenas dos musicais são emocionantes e as imagens são excelentes. Pra quem quer não só ver o filme pra entender a história e os diálogos, Dançando No Escuro é um prato cheio de pura arte. Qualquer pessoa com gosto pra cinema vai me entender ao fim do filme. Vale a pena. O diretor é Lars Von Trier, o qual dirigiu a obra cinemática Dogville. Catherine Deneuve também participa deste filme maravilhoso e eu recomendo, de corpo e alma. Assistam mesmo!
Beeijos ;*